CICLONE INCOMUM COLOCA EM ALERTA TRÊS PAÍSES DA REGIÃO
Ciclone incomum que se moverá do mar para o continente coloca três países em alerta na região. Avisos vão de Buenos Aires a Santa Catarina.
O ciclone de trajetória e intensidade atípicas que vai se mover de forma retrógrada do mar para o continente coloca em alerta três países. A MetSul Meteorologia já emitiu alerta meteorológico sobre o ciclone intenso no Sul do Brasil e ainda advertiu para as rajadas que devem passar dos 100 km/h em algumas regiões. Os serviços meteorológicos nacionais da Argentina e Uruguai da mesma forma emitiram avisos à população. Em um comunicado especial, o Serviço Nacional de Meteorologia (SMN), na Argentina, destaca que “uma situação meteorológica pouco frequente ocorrerá a partir deste domingo a Leste da costa de Buenos Aires”. Conforme o órgão oficial argentino, provocará vários dias de chuvas e ventos muito intensos sobre a região que persistirão, pelo menos, até terça-feira. O sistema de alerta antecipado do Serviço Nacional de Meteorologia já emitiu aviso de nível amarelo para fortes ventos na região. O evento, explica o SMN, começará com a formação de uma ampla zona de baixa pressão sobre o Oceano Atlântico, dentro da qual se formarão vários sistemas menores de baixa pressão. Esses sistemas irão interagir entre si e adquirir uma trajetória circular com deslocamento semelhante ao do sentido horário. Este tipo de comportamento está associado a condições de muito vento. Conforme o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, o primeiro dos sistemas de baixa pressão a se formar será no Sudeste da costa de Buenos Aires, com a estrutura típica de um ciclone extratropical que é frequente em nossas latitudes e se caracteriza por ter um núcleo frio. A partir de hoje gera ventos e chuvas intensos no Sudeste e Leste da província de Buenos Aires e depois se moverá para Nordeste, afastando-se do continente. Essa situação deixará ventos do setor Sul com velocidades entre 45 e 55 km/h e rajadas de até 75 km/h. Amanhã, segunda-feira, pontua o órgão, outro dos centros de baixa pressão irá intensificar-se e mudar de rumo para Oeste, aproximando-se do continente. Em seu caminho, começará uma transição em sua estrutura interna, formando um núcleo quente em seus níveis mais baixos. Este tipo de ciclone no campo meteorológico é geralmente chamado de reclusão quente e em sua forma se assemelha a ciclones subtropicais. A previsão do SMN é que durante a tarde e a noite da terça-feira, o sistema se deslocará para Noroeste e, de acordo com as informações dos modelos numéricos de previsão, é possível que se desloque bem próximo ao Leste do Uruguai e o extremo Sul do Brasil. Nesta área, adverte a Meteorologia argentina, o ciclone provocará fortes chuvas, ondas e, principalmente, ventos com rajadas muito intensas que podem ultrapassar os 100 km/h. “Embora este sistema de baixa pressão esteja longe de nosso país, a costa atlântica e o Rio da Prata podem ser afetados pela parte externa do ciclone. Durante a terça-feira, é possível que esta região volte a ter condições de muito vento com rajadas entre 50 e 70 km/h”, enfatizou o comunicado argentino. O comunicado argentino ressalta que “é altamente incomum que um sistema de núcleo quente se forme nessas latitudes. Estas são características típicas de sistemas tropicais, mais conhecidos como furacões ou ciclones tropicais. “Pela particularidade da situação, as áreas de previsão dos serviços meteorológicos da Argentina e Uruguai vêm discutindo a situação sinótica, considerando também as informações recebidas pela NOAA”, disse o SMN. Igualmente o Instituto Uruguaio de Meteorologia, Inumet, divulgou um aviso à população. De acordo com a publicação, “os modelos de previsão numérica estão projetando a formação de um ciclone extratropical na terça-feira que neste caso terá um comportamento atípico para nossas latitudes, migrando para um ciclone subtropical”. Os meteorologistas uruguaios, no aviso publicado, explicam que “ciclones subtropicais são sistemas de baixa pressão governados por processos tropicais e extratropicais. A principal diferença que existe com o extratropical (o mais comum em nossa região) é que em altos níveis da atmosfera sua estrutura é fria, enquanto em níveis mais baixos da atmosfera é mais quente, devido ao calor latente liberado pela zona de convecção (zonas de tempestade associadas ao sistema). O Inumet recorda que em 30 de junho de 2021, o ciclone subtropical denominado “Raoni” afetou a costa atlântica uruguaia com ventos muito intensos e ondas fortes, sendo este ciclone um dos primeiros de seu tipo (subtropical) no Uruguai nos últimos anos. O sistema à época gerou muito debate na comunidade meteorológico porque se deu em meio a uma grande onda de frio e em análises por satélite da NOAA chegou a ser identificado como tropical.
Fonte: https://metsul.com/ciclone-incomum-coloca-em-alerta-tres-paises-da-regiao/ .